Cooperoque participa de Fórum do Meio Ambiente promovido pela Ocergs

Na terça-feira, dia 24 de junho de 2025, a Cooperoque marcou presença no Fórum do Meio Ambiente, promovido pela Ocergs no auditório da CCGL, em Cruz Alta. A cooperativa foi representada pelo presidente Delmar Limberger e pelos colaboradores Braulio Lang, Carla Heck e Miguel Huber. O evento reuniu lideranças do cooperativismo para discutir estratégias, desafios e oportunidades relacionadas à sustentabilidade ambiental e à transição energética no setor.
A programação do Fórum contemplou temas centrais da agenda ambiental no cooperativismo atual. O Diagnóstico ESG, apresentado por Cássio Triches, do Sescoop/RS, destacou a importância de integrar as práticas ambientais, sociais e de governança nas estratégias das cooperativas. Ele revelou que o diagnóstico ambiental já teve adesão de 16 cooperativas, das quais três são agropecuárias, enquanto o de Governança e Gestão contou com a participação de 147 cooperativas, sendo 35 agropecuárias. Uma das ferramentas em desenvolvimento citadas foi a atualização do CAR via aplicativo Smartcoop, com foco na rastreabilidade dos grãos.
Durante o Fórum, Diego Boelter, representante da Cotripal, apresentou os desafios e tendências ligados à produção de alimentos, reforçando a importância de avançar em produtividade com menor impacto ambiental. A Cotripal aderiu ao Diagnóstico ESG em 2023 e estruturou um plano de ação até 2029. O projeto conta com um representante capacitado da Comissão de Sustentabilidade, responsável por conduzir as ações sustentáveis na cooperativa.
Ana Lucia Almeida Maia, da Integrada Cooperativa Agroindustrial do Paraná, compartilhou a trajetória da cooperativa no desenvolvimento de uma cultura de sustentabilidade. A iniciativa teve início em 2013, com o alinhamento da gestão para sustentabilidade, e evoluiu para a criação da Comissão de Sustentabilidade, publicação de relatórios bienais, certificação ISO 14.001 e inventário de gases do efeito estufa. Ela ressaltou que o sucesso da implementação da estratégia ESG depende do compromisso da alta liderança. Entre os destaques ambientais, estão o uso de biogás em caldeiras, projetos de fertirrigação com efluente industrial e o abastecimento da frota com etanol. A cooperativa também desenvolve ações educativas com produtores e escolas, promovendo práticas conservacionistas e sustentabilidade no campo.
O evento também contou com um importante debate técnico com representantes da SEMA e FEPAM. Cristiano Prass, da FEPAM, abordou a legislação ambiental federal e estadual, esclarecendo dúvidas sobre licenciamento de atividades como a irrigação. Já Marcelo Camardelli, da SEMA, destacou avanços na modernização da legislação ambiental e alertou sobre a necessidade de retificações no CAR, especialmente em áreas inicialmente classificadas como pertencentes ao bioma Mata Atlântica, mas que hoje fazem parte do bioma Pampa – o que inclui municípios da nossa região como São Luiz Gonzaga, Pirapó, São Nicolau, Garruchos, Santo Antônio das Missões e São Borja.
Em sua apresentação, Eduardo Pavão, da FGV, discutiu os impactos das mudanças climáticas na agricultura brasileira, destacando tendências de deficiência hídrica até 2050 e a importância da mensuração de práticas regenerativas como forma de acesso a incentivos financeiros. Foram apresentadas soluções da Agricultura Tropical Regenerativa (ATR), como a rotação de culturas, o uso de bioinsumos e práticas de sequestro de carbono no solo, com potencial para acesso a créditos verdes e programas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA).
Karin de Freitas Correa, consultora especializada, abordou a transição energética justa no Brasil, que já conta com 86,1% de matriz renovável, número significativamente superior à média mundial de 29,5%. Ela destacou práticas sustentáveis e tecnologias que podem ser adotadas pelas cooperativas, como energia solar, biodigestores, irrigação de precisão e reaproveitamento de resíduos. Para ela, o compromisso com a sustentabilidade deve ser genuíno: “Não basta parecer, é preciso ser”.
Encerrando a programação, Laís Nara Castro, da OCB, apresentou as pautas ambientais que o cooperativismo levará à COP30, bem como o portfólio de soluções sustentáveis da OCB. O destaque foi para os resultados do ESGCoop, ferramenta que identificou 215 cooperativas com potencial para se adequarem à transição energética. A proposta inclui formação de gestores, consultorias especializadas, acesso a financiamentos e conteúdos didáticos. Laís também mencionou cooperativas como Cotripal, Integrada, C.Vale, Coasa e A1, que já estão implementando ações voltadas à eficiência energética e à neutralidade de carbono.
A participação da Cooperoque neste importante fórum reafirma o compromisso da cooperativa com o futuro sustentável do agronegócio, alinhando-se às melhores práticas do setor e buscando constantemente o aprimoramento de suas ações ambientais.