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Palestra sobre doenças da soja desenha cenários para a safra 2023/24
Tempo mais úmido exigirá cautela e planejamento dos agricultores
Publicado em
28/11/2023 13:31:19 por Adriel Schardong
Vem aí mais uma safra de soja! A principal cultura do ano deve econtrar no período de 2023/2024 um cenário bem diferente das últimas safras. Com a previsão de chuvas acima da média, aumentam os riscos da incidência de doenças nas lavouras. Foi justamente esse o tema de uma palestra realizada pelo Departamento Técnico, em parceria com a Bayer, na segunda-feira, 27 de novembro, reunindo grande número de associados na sede da Afucoper.
Como palestrante, foi convidado o Pesquisador e Fitopatologista da RTC/CCGL, Carlos Augusto Pizzoloto. Com estudos realizados em diferentes cenários, previsões e análises de informações de diversas fontes, através das parcerias construídas pela Rede Técnica Cooperativa, Pizzoloto apresentou as perspectivas para a safra, buscando antecipar alguns desafios que deverão ser enfrentados pelos agricultores que desejarem obter bons resultados na cultura.
Os meses de outubro e novembro de 2023 apresentaram acumulado de chuva 7 vezes maior em relação ao mesmo período do ano passado. Além de mais chuva, o ano tem sido mais quente. No inverno, a falta de geada facilita a sobrevivência de patógenos da safra anterior, os chamados restos culturais. Além disso, com as previsões apontando para um período de cultivo com cenário bem mais úmido, as últimas safras não devem servir de parâmetro no que diz respeito ao manejo de doenças.
O tempo úmido também tem atrasado o plantio no estado. Estima-se, que na média apenas 30% das lavouras já tenham sido implantadas no Rio Grande do Sul. Na área de abrangência da Cooperoque, a estimativa é que pelo menos 60% das lavouras já estejam semeadas. O atraso no plantio acarretará o respectivo adiamento da colheita, expondo a lavoura à condições de clima e comportamento das plantas distintos.
Outro ponto a ser observado é a movimentação de partículas provindas das lavouras do Paraguai. Com a incidência do El Niño, esporos da colheita no país vizinho, no mês de janeiro, devem ser movimentados para o estado exatamente no período reprodutivo das lavouras locais, trazendo o risco de infectar as lavouras gaúchas.
Além da necessidade de mais atenção no manejo durante toda a cultura, o procedimento de adiantar as aplicações é essencial neste ano. Para Pizzoloto, será importante o agricultor realizar a primeira aplicação 15 dias antes da prática normal, a depender de cada variedade e condição de solo. Além disso, será necessária firmeza nas aplicações do pré-fechamento, para não perder produtividade na parte inferior das plantas, que tem potencial de produzir mais de 30% da capacidade total da planta
Perspectivas de bons resultados na lavoura
Apesar dos desafios impostos pelas questões climáticas, existem boas perspectivas de resultados para a safra 2023/24. Para o pesquisador, as chuvas em maior volume não representam tanto risco quanto as precipitações muito abaixo da média, cenário que se repetiu nos dois últimos anos. Com mais chuva, caberá aos agricultores terem atenção e acompanharem as lavouras, trabalho para o qual poderão contar com o Departamento Técnico da cooperativa: “Os resultados virão com a combinação de investimento e manejo”, afirmou.