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Palestras Cooperoque, Tortuga e Bayer
Criação de terneiras – manejo nutricional e sua importância para eficiência produtiva da propriedade
Publicado em
08/08/2018 11:03:54 por Adriel Schardong
O departamento técnico de qualidade do leite e agropecuária da Cooperativa Agrícola Mixta São Roque Ltda promoveu no último dia 26 de julho de 2018, na AFUCOPER, um ciclo de palestras com ênfase na Criação de terneiras – manejo nutricional e sua importância para eficiência produtiva da propriedade. O trabalho foi desenvolvido em parceria com as empresas BAYER E TORTUGA.
O médico veterinário Dr° Mauri Mazurek abordou em sua explanação a importância da prevenção de diarreias em terneiras e os impactos das doenças do pós parto na produtividade da fazenda. Para complementar o assunto, o médico veterinário, Francisco Van Riel explanou sobre a importância no manejo correto de terneiras durante a fase de cria.
A criação de terneiras representa a possibilidade de aumento do rebanho leiteiro e, principalmente, da aceleração do melhoramento genético. No entanto, é uma fase de custos elevados, com altas taxas de morbidade e mortalidade, o que representa grande risco financeiro.
Podemos dividir sua criação em quatro fases, de acordo com os fatores de risco:
o parto;
de 1 a 5 dias de vida;
6 a 21 dias de vida;
e o período pos-desmana ( 90 – 180 dias de vida).
FASE 1: PARTO – é um processo fisiológico, que determina a passagem da terneira da vida intrauterina para o meio externo – com desafios infecciosos, variação da temperatura e trocas gasosas pela respiração.
Pontos a ser considerados na fase 1:
Ambiente adequado e higiênico da maternidade;
Acompanhamento dos partos, a fim de que haja interferência somente quando for necessário e para a realização dos primeiros cuidados com as terneiras;
Pesagem da terneira – informação de suma importância para a futura avaliação de desenvolvimento e capacidade de se tornar uma progenitora;
Protocolo de cura do umbigo – a cura do umbigo por 3 a 5 dias com tintura de iodo (5 a 10%) é condição fundamental para evitar infecções, porém deve vir acompanhada de manutenção da bezerra em local limpo durante os primeiros dias de vida.
Fornecimento do colostro – na primeira mamada deve ser fornecido ao animal, pelo menos, 15% do seu peso vivo. O colostro deve estar a uma temperatura de 37°C; pode ser contaminado por bactérias, principalmente nos casos de falta de higiene na ordenha, demora no resfriamento pré-armazenamento e falhas na limpeza e sanitização dos equipamentos utilizados na colostragem, como mamadeiras e sondas.
FASE 2: DE 1 A 5 DIAS DE VIDA
Neste período, a terneira está se adaptando à vida fora do útero, experimentando os primeiros processos de infecção, regulando sua temperatura corporal, estabilizando a sua respiração, além de apresentar o umbigo em regressão e sujeito a infecção.
Cuidados básicos nesta fase:
Manter o local do alojamento limpo, confortável, protegido de ventos e do frio;
Realizar o protocolo de limpeza de desinfecção da instalação a cada saída da terneira – cuidado especial com acumulo de matéria de orgânica;
Alimentar os animais com o leite de transição – a alimentação com leite de transição proporciona uma passagem entre o colostro e o leite. A utilização do leite de transição faz com que haja uma adequação da produção de enzimas para a digestão do leite.
FASE 3: DE 6 A 21 DIAS DE VIDA
Está é uma fase em que a terneira tem o leite como base fundamental de sua alimentação. Portanto a quantidade e a qualidade devem ser monitoradas.
Pontos básicos nesta fase:
Higienizar as instalações;
Oferecer alimentação baseada no leite com quantidade adequada e boa qualidade;
Fornecer água de qualidade e concentrado inicial;
Monitorar o comportamento, o consumo de leite, escore de fezes, tosse, hidratação, infestação de carrapatos e o ganho de peso;
Realizar exame de fezes para monitorar coccidiose e criptosporidiose – quando houver muitos casos de diarreia;
Realizar hidratação oral precoce das bezerras com diarreia.
FASE 4: PÓS-DESMAMA, DOS 90 AOS 180 DIAS DE VIDA.
Está fase caracterizasse pelo fim da imunidade colostral e consolidação da resposta ativa a partir das infecções naturais e vacinações.
Pontos-chaves desta fase:
NUTRIÇÃO ADEQUADA para garantir o desempenho e a boa imunidade; a dieta se baseia em alimentos sólidos para atender os requisitos nutricionais;
Monitoramento constante da tristeza parasitária bovina e controle de vetores; nesta fase as terneiras geralmente são colocadas em piquetes (nunca colocar animais em número par nos piquetes, para não haver formação de duplas, e consequentemente, causando problemas de comportamento) o que pode ocasionar o contato com carrapatos e moscas, vetores da doença;
Estabelecimento de programa de vacinação a partir dos três meses de idade.
O manejo adequado das terneiras na fase de cria garante rentabilidade para o produtor, pois determina uma rápida disponibilidade de animais para a reposição do plantel, com garantia de qualidade genética e, principalmente, de sanidade.