Salvador das Missões, domingo, 22 de dezembro de 2024. Boa tarde!
Papel dos fungicidas no cultivo da soja foi tema de palestra na Afucoper
Mais de 100 associados enfrentaram a noite fria para ouvir Marcelo Madalosso sobre tema essencial para a agricultura moderna
Publicado em
09/07/2019 14:43:32 por Adriel Schardong
Mais uma vez um grande número de associados aceitou o convite do Departamento Técnico da Cooperoque e prestigiou, na noite de ontem (segunda-feira), 8 de julho, a palestra “Fungicidas: Construindo a Proteção da Soja”. O evento foi conduzido pelo professor Marcelo Madalosso, Dr. em Agronomia, com estudos concentrados na área de Fitopatologia e Tecnologia de Aplicação de Fungicidas.
Madalosso é Professor e Pesquisador na Universidade Regional Integrada, Campus Santiago e Santo Ângelo, autor de bibliografias na área e tem experiência nas áreas de fitopatologia, controle químico, estudo avançados de fungicidas, fitotoxidade, absorção foliar e tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, atuando principalmente nos patossistemas ligados a soja, milho, arroz e trigo.
Dr. Marcelo frisou fortemente a questão dos custos de aplicação do fungicida versus o retorno pretendido/conquistado na lavoura. Afirmando que na safra 2019/20, o investimento em controle deve ser superior aos outros anos, salienta que o planejamento adequado e ações bem pensadas vão definir uma lavoura lucrativa e com menos problemas.
Madalosso afirmou que o início do ciclo do cultivo da soja já demanda observação e acompanhamento. Para o professor, é indispensável o cuidado com o clima adequado para a semeadura: “Soja não gosta de solo frio. Menos de 20 graus, já prejudica o desenvolvimento da planta. Semente não germina no frio, e dá fungo. E fungo, adora terra fria e humidade alta”, afirmou. Por isso, mesmo que provoque atraso na lavoura, o professor recomenda a busca pelo clima ideal para o plantio, afim de obter melhor desenvolvimento da lavoura.
Ainda falando sobre o plantio, lembrou da diferença de semente e grão, remetendo-se ao fato de que uma semente de qualidade não necessariamente é aquela com alto índice de germinação, mas sim de vigor, que é o que determina uma planta saudável, que cresce rápido e por isso fica menos suscetível à fungos.
Quanto ao combate aos fungos, o professor apresentou estudos que comprovam que cada vez mais os produtos que conhecemos hoje são menos efetivos contra as doenças nas lavouras, por isso da importância das misturas. Neste mesmo tema, demonstrou resultados de pesquisas que concluem a necessidade da aplicação na hora certa. “Planta com folha amarela, morta, não absorve fungicida. Precisa chegar antes da doença. Se você entrar com produto na hora certa, ganha dinheiro. Do contrário, perde.
Ainda sobre a ferrugem, uma das maiores preocupações no cultivo do soja, afirmou que a doença na nossa região é trazida pelo ar dos estados mais ao norte e do Paraguai, que tradicionalmente plantam antes. Também afirmou que ao perceber a ferrugem na planta, a mesma já está instalada e agindo na folha por 7 dias, que é o tempo necessário para o fungo consumir e matar o local.
Finalizando, apresentou a importância dos Fungicidas Multissítios, que são moléculas fungicidas que agem em diversos pontos do metabolismo do fungo simultaneamente. Para Madalosso, todas as aplicações devem contar com Multissítios, para buscar maior produtividade na lavoura.
Ao final da explanação, os associados presentes puderam realizar questionamentos, que foram amplamente esclarecidos pelo palestrante.