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Release mofo branco

Qualidade das sementes e rotação de culturas são aliadas do produtor
Publicado em 01/03/2021 11:38:26 por Adriel Schardong

 

     O mofo branco, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, é comum na Região Norte do Rio Grande do Sul (RS), especialmente em áreas com altitudes acima de 600 m. No entanto, nas últimas safras, sintomas da doença foram observados em regiões sem histórico, com altitudes em torno de 200 m. Seria este um reflexo da adaptação do fungo?

     Conforme a Pesquisadora e Fitopatologista da CCGL Caroline Wesp Guterres, a resposta é não! Este é um indício de que temos inóculo de mofo branco amplamente disseminado em diferentes regiões do estado, basta apenas que existam condições de ambiente que favoreçam a manifestação dos sintomas para a doença ocorrer. – Com umidade prolongada e temperaturas noturnas amenas (abaixo de 20 °C), escleródios de Sclerotinia germinam, formando apotécios, que dão origem aos ascósporos, esporos que atingem as flores da soja, dando início aos sintomas da doença. Além disso, uma vez que as cultivares de soja indeterminadas vêm apresentando um longo período de florescimento, o período propício para a infecção também se torna mais amplo – explica Caroline.

     A pesquisadora salienta que esse inóculo pode estar sendo disseminado nas lavouras através da falta de qualidade das sementes de soja não beneficiadas ou salvas e de outras culturas suscetíveis, como algumas culturas de cobertura. – Estes escleródios podem permanecer no solo por diversas safras, aguardando condições de ambiente favoráveis para a manifestação dos sintomas da doença. Além do escleródio, o mofo pode sobreviver na forma de micélio no interior das sementes. Sendo assim, a qualidade da semente de soja e de outras culturas suscetíveis ao mofo é de extrema importância. Ainda, a realização de tratamento de sementes com fungicidas específicos para o controle mofo branco em sementes oriundas de áreas com histórico da doença é medida imprescindível – completa a fitopatologista.

      Conforme Caroline, a prática da rotação de culturas com gramíneas (milho e cereais de inverno) é fundamental para o controle da doença. Além disso, manter a lavoura livre de espécies daninhas reduz de forma significativa o inóculo de mofo. – Diversas espécies daninhas, como buva e nabiça, são suscetíveis ao mofo branco, servindo como fonte de multiplicação de inóculo. A presença de uma boa camada de palhada é outra medida de manejo, além de atuar como barreira física, a pouca luminosidade conferida pela cobertura morta, principalmente de gramíneas, permite que os escleródios sejam destruídos mais rapidamente, através da ação de microrganismos antagonistas. Nessa linha, o controle biológico também tem se apresentado como alternativa eficiente para minimizar o avanço do mofo branco – reforça a pesquisadora. Soma-se a essas medidas o controle químico em parte aérea com fungicidas específicos – conclui a fitopatologista. Para mais informações, procure a CCGL ou técnico de sua cooperativa.

 

 

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